21 fevereiro, 2011

Revistas Brasileiras

Temos em circulação, aqui em Londres, algumas revistas Brasileiras, com anúncios de empresas, vagas de emprego, aluguel de imóveis, propagandas, dentistas, advogados, cabeleireiros, consertos em geral, etc. só de Brasileiros.
Há também reportagens de política, e notícias do Brasil.
A distribuição é feita mensalmente, em pontos de restaurantes de Brasileiros, por exemplo, e gratuita.
É ótima, esclarecedora, com dicas de Londres e informações importantes.
 Sempre guardo uma em casa, para emergências, é a nossa “Lista Telefônica” de Atendimentos por Brasileiros.

Pequenas Conquistas

Foi Leonardo da Vinci, em 1508, que teve a idéia de aplicar as lentes corretivas diretamente no olho.
Hoje são utilizadas por cerca de 2% da população mundial, que agora eu faço parte.
Um dos grandes poderes da Lente de Contato é ajudar a enxergar mais e melhor, comparado aos óculos.
Portanto, se você tem dúvidas em usá-las ou não: use-as.
Sempre usei óculos, quando nova era apenas para enxergar a lousa, ou um filme no cinema.
Mas com o tempo a necessidade foi aumentando, e precisava para dirigir, ver as placas...até o ponto de precisar de óculos para me ver no espelho, me trocar.
Nunca tive nenhum problema em usar óculos, o ar intelectual e sério, me acompanhavam.
Minhas maiores dificuldades eram com relação à maquiagem – quando eu pintava um olho, não enxergava pintar o outro – e o capacete de moto – tira os óculos, põe o capacete, põe os óculos, sendo que o vento risca toda a lente dos óculos.
Foram pequenos detalhes do dia-a-dia que me impulsionaram a busca sobre lentes de contato.
Desde preço, fabricação, os melhores tipos, para o meu caso, que tenho um grau de miopia elevado. Tive que fazer uma lente especial, para o meu olho, sob medida.
A dificuldade começou logo nos exames, pois ninguém, nem eu, colocamos a mão nos meus olhos. Depois de muita paciência da médica o exame foi feito, com uma caneta, com ponta de silicone, que foi encostada várias vezes na retina, para as medidas.
A lente demorou uns 40 dias para ficar pronta, tempo para eu me preparar psicologicamente.
No dia do teste da lente de contato, foram 3 horas, para eu colocá-las. Nesse dia eu não consegui tira-las, mais um desafio.
Sabendo da minha “aflição” com o olho, acho que fui teimosa. E essa foi uma das poucas vezes que a minha teimosia teve um lado positivo.
Até então usava poucos dias, mais para sair, pela dificuldade de por e tirar. O tempo foi diminuindo e eu fui pegando o jeito, coloco em menos de 5 minutos e agora também consigo tirá-las.
Os benefícios são muitos, diferenciar o shampoo do condicionador, na hora do banho; posso tomar chuva, que não ficam aquelas gotinhas atrapalhando, nos óculos; o ângulo de visão é muito maior; as cores mais nítidas; e observo muitos detalhes que antes passavam despercebidos; posso me maquiar tranquilamente, que os dois olhos ficam iguais, usar óculos de sol...
Ainda uso óculos de vez em quando, mas as lentes são realmente melhores, foi muito bom deixar de lado as minhas aflições.
Para muitas pessoas algo tão simples, para mim uma grande conquista.

19 fevereiro, 2011

O curso

Começamos o curso de Inglês, no Southwark College, são duas vezes na semana, três horas por dia, e passa super rápido, será até julho.
É um curso para estrangeiros, que buscam o Inglês como segunda língua.
A sala é pequena com uns 20 alunos, e bem diversificada, há pessoas de todos os lugares, cada um falando um pouco de inglês com o próprio sotaque.
Da Colômbia, da Espanha, Portugal, Polônia, Bósnia, Índia, Japão... Do Brasil apenas nós.
O Professor é inglês, fala perfeitamente limpo, passa alguns exercícios em sala, e corrige, e também para casa.
Engraçado são os exercícios em sala em dupla, difícil entender o que pede o exercício, sendo que é essencial, e mais difícil ainda é entender o outro integrante.
Estou ansiosa para ver resultados rápidos, não vejo à hora de sair falando em inglês por aí. E continuar falando, para não esquecer nunca mais.
Primeiramente caímos em salas separadas, no mesmo nível o Entry 1, há uma escala de Entry 1 – A e Entry 1 – B, com diferença na velocidade da aula.
Bom, eu caí no mais lento, porque eu não falo muito mesmo, nem em Português, o que dirá em Inglês.
Mas já resolvemos, e mudei de sala.
Próxima segunda será feriado, portanto não haverá aula.

Voltei...

Comecei a admirar a literatura, cedo.
Com grande incentivo da minha Avó, que me presenteava com livros de Contos – A Bela Adormecida, Soldadinho de Chumbo, etc. – e os de Poesias.
Numa das vezes, ganhei um caderno com algumas poesias e versos, que minha Avó havia separado e copiado, para eu dar continuidade.
Foi o ponto de partida para começar as minhas próprias poesias.
Uma das poesias que mais gosto é da Cecília Meireles, chama-se Canção Quase Melancólica.
“Parei as águas do meu sonho
Para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
Ficou por cima, a procurar...
Os pássaros da madrugada
Não tem coragem de cantar,
Vendo o meu sonho interminável
E a esperança do meu olhar.
Procurei-te em vão pela terra,
Perto do céu, por sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
Porque insisto em te imaginar?
Quando vierem fechar meus olhos,
Talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
E quem vens, se o tempo voltar.”
É sentimental, um pouco triste e exagerado, mas eu gosto, é como uma canção, daquelas lentas.
Faziam mais ou menos, 10 anos, que eu não escrevia nada, incrível e estranho.
Estranha estava eu, fora de prumo, não percebi, e também não senti falta da escrita.
Agora, na alma do mundo, tanto a vida como os pensamentos e as palavras fluindo.
Eu voltei, como uma Fênix, que surge das cinzas, eu voltei a tocar piano...

10 fevereiro, 2011

Do outro lado

Adorei essa música!
A voz é incrível e a letra...diz muitas coisas.
“Se a vida às vezes da uns dias de segundos cinza
e o tempo tic-taca devagar
Ponha o teu melhor vestido, brilha teu sorriso
Vem pra cá, vem pra cá
Se a vida muitas vezes só chuvisca, só garoa
e tudo não parece funcionar
Deixe esse problema a toa, pra ficar na boa
Vem pra cá
Do lado de cá, a vista é bonita
a maré é boa de provar
Do lado de cá, eu vivo tranquila
E o meu corpo dança sem parar
Do lado d
e cá, tem musica, amigos e alguém para amar
Do lado de cá
A vida é agora, vê se não demora,
Pra recomeçar é só ter vontade de felicidade pra pular
Do lado de cá, a vista é bonita
a maré é boa de provar
Do lado de cá, eu vivo tranquila
E o meu corpo dança sem parar
Do lado de cá, tem musica, amigos e alguém para amar
Do lado de cá.”
Chimarruts – Do lado de cá

A felicidade é uma questão de treinamento mental, de acordo com dalai-lama Tenzin Gyatso.

06 fevereiro, 2011

Confiança


Sempre ouvi falar que os Ingleses são frios, além do clima. Que só o povo brasileiro é festivo e receptivo.
Pois parece que as coisas mudaram.
Primeiro que aqui, em Londres, há todas as nacionalidades, difícil mesmo é achar um Inglês legítimo.
Segundo, que só encontro pessoas receptivas, educadas, com muita paciência para explicar e dar informações, mesmo sem falar inglês corretamente.
E principalmente muito bom humor. Pessoas felizes.
A frieza ou distância rotulada trata-se na verdade, da expressão de um ser bem resolvido internamente.
A paz interior causa independência sentimental, claro não generalizando a todas as pessoas, estamos na Terra para o nosso aprendizado.
É nos pequenos detalhes do dia-a-dia, que percebemos o abismo entre culturas.
Vejamos um ocorrido na semana passada:
Descobrimos um Centro Recreativo, pertinho de casa, com quadras, academia, natação, várias modalidades de esportes. Aberto à comunidade, por um ótimo preço, de segunda a segunda, das 6:00 as 22:00 horas.
Ficamos super empolgados para nos cadastrarmos. Fizemos um dia experimental de natação, e constatei tudo muito limpo e organizado.
Depois de pedir algumas informações a respeito do cadastro, vimos que o mesmo deveria ser realizado via internet, inclusive o pagamento.
Naquela tarde, em casa, fiz o cadastro e minutos depois, recebemos um e-mail informando que, iríamos receber o cartão de membro via correio em até 04 dias, até lá, poderíamos utilizar as piscinas informando sobre o cadastro feito.

Surpreendente, é que chegamos à recepção do Centro Recreativo, e apenas informamos que havíamos recebido o e-mail, sem nenhum comprovante (nada impresso). Ninguém perguntou nada, apenas acreditaram na nossa palavra.
E foi um grande choque, infelizmente, pois estamos tão acostumados a ter que provar tudo, que nossa palavra fica em segundo plano.
A confiança depositada foi imediata, sem maiores esclarecimentos ou conhecimento sobre a minha pessoa, conta em banco ou endereço.

É uma cultura que acredita no ser humano, que tem a esperança, que confia.


Confesso que já não acreditava mais, achava que estava perdido, e estou vendo agora, que é possível, que funciona, pelo menos aqui, e entre estrangeiros, garanto.

Infelizmente não posso dizer o mesmo entre brasileiros.
Infelizmente mesmo, temos um sistema precário, onde a lei da sobrevivência prevalece, onde o mundo é dos espertos.
Não quero citar exemplos.